Esse texto não é sobre o Palmeiras

joão miguel bastos
3 min readMay 31, 2018

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Sóbis desencantou. Na verdade ele já havia nos desencantado há muito tempo, mas ontem voltou a encantar.

Pelo visto, a última vitória do Cruzeiro instituiu a vigésima terceira Crise No Palmeiras™ só no mês de maio. Sinto que a torcida do Palmeiras é tão exigente que até se o clube ganhar o Mundial arrumaria motivos para reclamar. Ganhou, mas não jogou bem. Foi campeão, mas o treinador colocou o Deyverson pra jogar. Fez 8 a 0, mas o goleiro do time adversário não era um De Gea também, né? Mas o texto não é sobre isso.

Inclusive eu fui uma das pessoas a reclamar da atuação do Cruzeiro no último jogo da fase de grupos da Libertadores, que classificamos em primeiro. E mesmo assim me espanto com a cobrança da torcida palmeirense. Os caras se classificaram com a melhor campanha da Libertadores, estão nas quartas-de-final da Copa do Brasil, Roger Machado tem um bom aproveitament-

Porra, o texto não é sobre isso.

Cruzeiro x Palmeiras fizeram um jogo acirrado por quase todos os 90 e poucos minutos. Muita intensidade, poucas chances de gol criadas e duas defesas sólidas. A defesa palmeirense estava tão difícil de furar que parecia aquela veia do seu braço que a enfermeira nunca acerta de primeira. O Cruzeiro tentava, rodava a bola para um lado, para o outro, e nada. Era evidente que qualquer gol perdido poderia custar caro no final da partida.

E quase custou. Sassá furou uma cabeçada que faltou estar escrito na testa dele “esse gol que eu estou perdendo fará falta não apenas no jogo de hoje como ao final do campeonato, quando os torcedores farão as contas dos pontos perdidos durante o Brasileirão que poderiam nos dar o título”. Mais uma vez o Cruzeiro perdeu gol que não poderia ter perdido, mas que acabou não fazendo falta.

Além da chance desperdiçada, em certo momento da partida o time cruzeirense parecia estar jogando um minigame de quem erra mais passes. Mas a defesa — com mais uma atuação tão de gala do Dedé que ele deveria estar jogando não apenas de terno mas trajando um smoking da Armani — estava segura e não deixou com que esses passes errados resultassem em gol do Palmeiras, que tem um dos contra-ataques mais letais do Brasil.

Fizemos uma boa partida, criamos boas — apesar de poucas — chances contra a segunda melhor defesa da Libertadores e ganhamos à lá Mano Menezes. Apesar das falhas, que sempre vão acontecer, o Cruzeiro jogou bem. Vitória importante e significativa para ajudar a terminar no topo da tabela antes da parada para Copa do Mundo.

Ah, e esse texto não é sobre o Palmeiras. Mas o Dudu chutando as garrafinhas ao ser substituído me parece, cada vez mais, ser o melhor candidato a lecionar aulas na próxima MasterClass: a de chilique. E Marcos Rocha, eu te garanto que o Cruzeiro nunca sofreu tanto nos seus pés quanto você com a caneta que sofreu do Sóbis. Abraço!

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joão miguel bastos

ainda vou escrever um texto apenas sobre o verso “tira essa bermuda que eu quero você sério”.